terça-feira, 6 de abril de 2010

TUDO TEM SEU FIM

Sejamos sinceras. O para sempre não existe. A história é sempre a mesma (só muda o ponto de referência e a intesidade do sentimento). A gente se ilude, logo depois a desilusão bate na porta e entra sem pedir licença. Mas eu entendo. Afinal, quem pensa no fim quando se está no começo? Se pensa é porque não bota fé. E botar fé é o que mais fazemos quando nos sentimos em comunhão com o mundo (não é assim que ficamos?!). Mentira? Queria eu que fosse. Pois não precisaríamos de tanta coragem para dizer (ou tanto peito para ou ouvir) a tão conhecida e temida frase: “não dá mais”. Se não depositássemos a responsabilidade de nunca terminar, seria mais fácil aceitar que acabou. E ainda poderíamos usar frases do tipo “chegou ao fim” ou “essa é a nossa hora”. Não é? Soa melhor. E doeria bem menos. Mas como nós mulheres - no fundo - sentimos um leve prazer em sofrer, insistimos e persistimos até a verdade nua e crua se escancarar na nossa frente. O mais engraçado disso tudo vem depois. A culpa nunca é nossa. É do outro. Alerta: mais um ponto de fuga. Porque – cá entre nós – a gente sempre sabe. Nosso sexto sentido não falha (nem nos abandona) nessas horas. Mas como nada é absolutamente estável, por momentos também ficamos ligeiramente burras. (Por que será, hein?!). Posso confessar uma coisa? Ser mulher é muito difícil. Pregam-nos rótulos, tipos, responsabilidades, expectativas. E ainda assim temos que nos manter firme, forte e em equilíbrio encima de um salto-alto (pensa que é mole?). Eu - que sou mulher, nasci mulher e sou cheia de manias e contradições - não entendo o universo feminino. Sempre sensíveis. Românticas. Insistentes. Mas nunca sabem o que querem. Quando o assunto é relacionamento, então... Cartão vermelho pra mim! Saio da partida no primeiro minuto de jogo. Não dá, gente. Perdi a paciência.
Eu quero DEMONSTRAÇÕES de amor ao invés de me contentar com uma ligação no fim da tarde. Eu quero acreditar que ainda existem pessoas de verdade por aí. Porque minhas tentativas se esgotaram e o resultado final foi igual a zero. Por esses e tantos outros motivos que eu faço e me desfaço com uma facilidade que deixam minhas amigas boqueabertas. Como? Simples. Descobri a sutil diferença entre querer e depender. Querer a gente sempre quer. Mas dependência eu só tenho por mim mesma. Amores vêm, quase nunca ficam e quando vão, deixam de lembrança um sofrimento do tamanho da nossa descrença. Eu sei que não é fácil colocar pontos finais. Sei também que relacionamentos trazem tantas frustrações quanto a solidão. Mas se não tá me fazendo bem, meu amigo, o prazer foi todo seu.
Adeus. Não quero saber. Por mais que meu coração transborde de amor. Se não é digno do meu sentimento, a porta à direita está a sua disposição: não merece ocupar esse espaço. Eu fui quase obrigada a aprender a lutar contra os meus sentimentos. Porque nem sempre o que eu quero é o melhor pra mim. (Do que adianta insistir?). O para sempre cai muito bem nos contos de fadas ou filmes cinderelescos, mas a vida aqui é real demais. Chega uma hora que a gente deixa de acreditar nisso. Deixa não. Aprende. Porque tudo tem seu fim. Quanto tempo dura? Eu não sei. Às vezes o suficiente para ser inesquecível. Ou o bastante para nem sequer ser lembrado.