quarta-feira, 14 de abril de 2010

bad trip


É tanta coisa que atualmente eu ando tendo que me convencer que é página virada. Não falo só de amor, mas de diversos outros sentimentos mais pueris que eu cultivava. Por que o “mundo cruel” está me enfiando pela goela: a fila anda. E esse tal de mundo cruel tem um fórceps gigantesco que quer arrancar de mim os meus sentimentalismos e fazer parir uma mulher de verdade. Que nada tem a ver com a Amélia, não.




terça-feira, 6 de abril de 2010

TUDO TEM SEU FIM

Sejamos sinceras. O para sempre não existe. A história é sempre a mesma (só muda o ponto de referência e a intesidade do sentimento). A gente se ilude, logo depois a desilusão bate na porta e entra sem pedir licença. Mas eu entendo. Afinal, quem pensa no fim quando se está no começo? Se pensa é porque não bota fé. E botar fé é o que mais fazemos quando nos sentimos em comunhão com o mundo (não é assim que ficamos?!). Mentira? Queria eu que fosse. Pois não precisaríamos de tanta coragem para dizer (ou tanto peito para ou ouvir) a tão conhecida e temida frase: “não dá mais”. Se não depositássemos a responsabilidade de nunca terminar, seria mais fácil aceitar que acabou. E ainda poderíamos usar frases do tipo “chegou ao fim” ou “essa é a nossa hora”. Não é? Soa melhor. E doeria bem menos. Mas como nós mulheres - no fundo - sentimos um leve prazer em sofrer, insistimos e persistimos até a verdade nua e crua se escancarar na nossa frente. O mais engraçado disso tudo vem depois. A culpa nunca é nossa. É do outro. Alerta: mais um ponto de fuga. Porque – cá entre nós – a gente sempre sabe. Nosso sexto sentido não falha (nem nos abandona) nessas horas. Mas como nada é absolutamente estável, por momentos também ficamos ligeiramente burras. (Por que será, hein?!). Posso confessar uma coisa? Ser mulher é muito difícil. Pregam-nos rótulos, tipos, responsabilidades, expectativas. E ainda assim temos que nos manter firme, forte e em equilíbrio encima de um salto-alto (pensa que é mole?). Eu - que sou mulher, nasci mulher e sou cheia de manias e contradições - não entendo o universo feminino. Sempre sensíveis. Românticas. Insistentes. Mas nunca sabem o que querem. Quando o assunto é relacionamento, então... Cartão vermelho pra mim! Saio da partida no primeiro minuto de jogo. Não dá, gente. Perdi a paciência.
Eu quero DEMONSTRAÇÕES de amor ao invés de me contentar com uma ligação no fim da tarde. Eu quero acreditar que ainda existem pessoas de verdade por aí. Porque minhas tentativas se esgotaram e o resultado final foi igual a zero. Por esses e tantos outros motivos que eu faço e me desfaço com uma facilidade que deixam minhas amigas boqueabertas. Como? Simples. Descobri a sutil diferença entre querer e depender. Querer a gente sempre quer. Mas dependência eu só tenho por mim mesma. Amores vêm, quase nunca ficam e quando vão, deixam de lembrança um sofrimento do tamanho da nossa descrença. Eu sei que não é fácil colocar pontos finais. Sei também que relacionamentos trazem tantas frustrações quanto a solidão. Mas se não tá me fazendo bem, meu amigo, o prazer foi todo seu.
Adeus. Não quero saber. Por mais que meu coração transborde de amor. Se não é digno do meu sentimento, a porta à direita está a sua disposição: não merece ocupar esse espaço. Eu fui quase obrigada a aprender a lutar contra os meus sentimentos. Porque nem sempre o que eu quero é o melhor pra mim. (Do que adianta insistir?). O para sempre cai muito bem nos contos de fadas ou filmes cinderelescos, mas a vida aqui é real demais. Chega uma hora que a gente deixa de acreditar nisso. Deixa não. Aprende. Porque tudo tem seu fim. Quanto tempo dura? Eu não sei. Às vezes o suficiente para ser inesquecível. Ou o bastante para nem sequer ser lembrado.

terça-feira, 9 de março de 2010

Para se roubar um coração


Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa.

Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.

É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente
tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.

Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes,
que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele,
vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós
e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.

Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade,
a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!

E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...
é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Luis Fernando Veríssimo

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

...


· Dê mais às pessoas, MAIS do que elas esperam, e faça com alegria.
· Decore seu poema favorito.
· Não acredite em tudo que você ouve, gaste tudo o que você tem e durma tanto quanto você queira.
· Quando disser "Eu te amo" olhe as pessoas nos olhos.
· Fique noivo pelo menos seis meses antes de se casar.
· Acredite em amor à primeira vista.
· Nunca ria dos sonhos de outras pessoas.
· Ame profundamente e com paixão.
· Você pode se machucar, mas é a única forma de viver a vida completamente.
· Em desentendimento, brigue de forma justa, não use palavrões.
· Não julgue as pessoas pelo seus parentes.
· Fale devagar mas pense com rapidez.
· Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte: "Porque você quer saber?".
· Lembre-se que grandes amores e grandes conquistas envolvem riscos.
· Ligue para sua mãe.
· Diga "saúde" quando alguém espirrar.
· Quando você se deu conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias.
· Quando você perder, não perca a lição.
· Lembre-se dos três Rs: Respeito por si próprio, respeito ao próximo e responsabilidade pelas ações.
· Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade.
· Sorria ao atender o telefone, a pessoa que estiver chamando ouvirá isso em sua voz.
· Case com alguém que você goste de conversar. Ao envelhecerem suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra.
· Passe mais tempo sozinho.
· Abra seus braços para as mudanças, mas não abra mão de seus valores.
· Lembre-se de que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta.
· Leia mais livros e assista menos TV.
· Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e olhar para trás, você poderá aproveitá-la mais uma vez.
· Confie em Deus, mas tranque o carro.
· Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo que puder para criar um lar tranquilo e com harmonia.
· Em desentendimento com entes queridos, enfoque a situação atual.
· Não fale do passado.
· Leia o que está nas entrelinhas.
· Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade.
· Seja gentil com o planeta.
· Reze. Há um poder incomensurável nisso.
· Nunca interrompa enquanto estiver sendo elogiado.
· Cuide da sua própria vida.
· Não confie em alguém que não fecha os olhos enquanto beija.
· Uma vez por ano, vá a algum lugar onde nunca esteve antes.
· Se você ganhar muito dinheiro, coloque-o a serviço de ajudar os outros, enquanto você for vivo. Esta é a maior satisfação de riqueza.
· Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele em que o amor de um pelo outro é maior do que a necessidade de um pelo outro.
· Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para conseguir.
· Lembre-se de que seu caráter é seu destino.
· Usufrua o amor e a culinária com abandono total.

Dalai Lama

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Questão de Fidelidade...




Muitas vezes nos deparamos com grandes traidores que juram ser "fiéis" às suas verdades. Às vezes ficamos inconformados e repelimos o que nos parece ser um cinismo sem fim. Mas olha, demorei muitos anos pra compreender ... que realmente podem ser! Assim como os ditos normais, são "fiéis" à sua lógica, os loucos, "fiéis" à sua lúdica insanidade, os infantis, "fiéis" à sua ingenuidade; os mentirosos, "fiéis" à sua imaginação fértil e irreal; os apaixonados, "fiéis" ao delírio que o apaixonar-se significa; os casados há anos, que normalmente consideramos fiéis, "fiéis" muitas vezes tão-somente à instituição do casamento; os egoístas, "fiéis" aos seus próprios interesses; os interesseiros, "fiéis" à sua necessidade de se sentirem financeiramente seguros e protegidos; os amantes, "fiéis" à sua infidelidade... e por aí vai.
Sim, podemos reprová-los, podemos não concordar com eles, mas nunca acusá-los de não serem fiéis aquilo que traçam como sendo o seu "modus operandi". São fiéis ao que são. E muitas vezes não conseguem deixar de ser, porque não conhecem outros modos de ser. O que me traz como reflexão, que a fidelidade pode ser muito pobre, em determinados casos, ou na maioria deles.

Pareço ser nesta minha viagem de pensamento muito ampla e inconclusiva, mas também não desejo ir além. Tudo pode ser lindo aqui e agora, dentro de nós e os valores da nossa fidelidade só nós próprios conhecemos. Estou feliz porque sou fiel hoje não a sensações, a regras ou sentimentos que passam. Sou fiel ao que realmente venho descobrindo que sou e acredito. E assim é tão fácil ser fiel ao "outro" e ao mundo... A minha verdade não é única. Mas é sincera. Descobri que poucos podem afirmar isso, com o coração e a consciência tão leves. E só por isso, já me sinto privilegiada. É tudo uma questão não de fidelidade, mas de um ponto de vista claro. Um ponto de partida pra se viver a realidade sem medo, de coração aberto e valente!

Tem pessoas que namora há anos, e nem assim consegue ter uma parceira fixa.
Depois tem as famosas desculpas habituais...
“Oh amor, mas nós estavamos chateados!, ou então, se a coisa estiver mesmo má, temos a versão vitimizada..”Oh amor, tava tãaaaaao triste que passei a noite bebendo para esquecer e já estava tão bebedo que acabou por acontecer”. Se for alguém corajoso e convicto, ainda estica mais a corda e faz questão de frizar...”mas amor, eu não queria! Eu estive sempre a pensar em ti!”.
O problema...ainda há quem caia nessas! Já a minha avózinha dizia...”O amor é cego”.
Como se o alcool fosse desculpa!

No meu caso, sou sincera aos meus instintos, desejos, vontades, sentimentos...
Há quem feche os olhos a uma traição...ainda dão o benefício da dúvida, porque o(a) parceiro(a), pode não voltar a fazê-lo.
Eu nem isso. Sou sincera...quem trai uma vez passa uma “barreira” e a partir daí, se tiver espaço, trai as vezes que quiser.
Não tolero traições, acho uma tremenda falta de respeito para com a pessoa com quem namoramos e nem sequer consigo fechar os olhos a uma traição, por mais que goste dessa pessoa. Há limites para tudo. Ou é, ou não é. Se alguém sabe que isso pode-lhe acontecer...então que se fique pelos “melos” e não se envolva. Os amigos coloridos foram “inventados” para isso mesmo!
Enfim, é a minha opinião.

Fico me perguntando o que leva alguém a traír a(o) parceira(o)?
Será a busca por algo de que se tem saudades? Será por pura adrenalina? Por puro prazer? Ou por pura sacanagem? Por pura falta de respeito com a(o) namorada(o)? Sinceramente pra mim, é por que não ama, por que não respeita...Eu sou 100% fiel aos meus sentimentos...Isso quer dizer: se estou envolvida, se estou apaixonada, sou leal...

E você! È fiel a você ou as regras?

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O tempo e as jabuticabas


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que, apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de ‘confrontação' onde ‘tiramos fatos a limpo'. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: ‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa!...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão-somente andar ao lado do que é justo.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

O essencial faz a vida valer a pena.

Texto de Rubem Alves


sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sentir-se amado


O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.

Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.